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A banda Cine está de volta totalmente repaginada. Como terceiro álbum "Boombox Arcade" saem de cena as roupas coloridas e o pop-rock melódico para dar lugar a uma sonoridade mais eletrônica, além de um visual mais "nude" e moderno.

Com 14 faixas inéditas, "Boombox Arcade" tem batidas firmes provenientes do electro-house, e faz alusão a um jogo de videogame, como o título transparece. O CD antecipa uma tendência que toma conta da música mundial: músicas dançantes e muito auto-tune.

Conceitual, o disco foi divido em fases, como um jogo. Introduções em 8 bits também remetem à trilha de jogos como o clássico "Mario Bros". "Esse som pop eletrônico que estamos trazendo para o Brasil é muito comum lá fora, mas aqui ainda é novo. Nossa ideia é mostrar que o português pode ser cantado também numa base eletrônica, ao contrário do que os críticos dizem", explica o baixista e vocal do grupo, Bruno, em entrevista ao C2. 

O álbum conta com várias participações especiais, como a do cantor Buchecha e da cantora Manu Gavassi. O músico adianta que, em breve, o grupo vai lançar um disco estilo "summer hits", com algumas de suas canções em nova versão, no estilo verão, com direito a reggae. Confira trechos da entrevista com o baixista: 

Como foi a produção do disco?
Estamos desde o começo do ano com o projeto do disco rolando. No meio do ano, começamos a produzí-lo. Fomos nós mesmos que trabalhamos nele, desde a ideia principal.  Ficamos uns três meses na gravação.

E como tem sido a reação do público, até agora?
A gente já mostrou para alguns poucos fãs, mas posso falar pelos amigos pessoais, e por mim mesmo, que está todo mundo gostando. Troxemos uma sonoridade nova para o Brasil. Estamos ascostumados a ouvir os gringos fazendo o tipo de som que apostamos agora, um pop eletrônico. Agora, vamos ver o que vai acontecer...
 
Por que vocês resolveram mudar a sonoridade? A intenção sempre foi buscar algo diferente do que o mercado brasileiro está acostumado?
A gente não mudou muito de som, apenas multiplicamos a música pop que gostamos e fazemos. Se você reparar be, em nossos discos anteriores, sempre havia duas ou três músicas com esse estilo. Muitos críticos falam que a melodia pop-eletro não combina muito com a língua portuguesa. Com esse disco, estamos tentando quebrar esse tabu.
 
E quais foram as inspirações de vocês na hora de fazer o disco?
Sempre fomos pirados na ideia do eletrônico, como o grupo Panic At The Disco já havia feito lá atrás. Usamos eles como referência, mas também Calvin Harris, Rihanna, Kesha e Britney Spears... Quer dizer, não a artista em si, mas o que seus produtores fazem com suas músicas.
 
Qual foi a parte mais difícil em mudar a sonoridade?
Não foi muito complicado, já que, para a produção sonora do álbum, tivemos a ajuda do The Hit (diretor musical). Os caras deram um caminho legal, uma luz para nós. Como já fazíamos melodia pop com auto-tune, coisas que estao na moda hoje, não sentimos essa dificuldade. Além disso, não perdemos a essência de banda e vamos continuar do jeito que está. Acredito que a atitute rock nós não perdemos.
 
E as participações especiais? Como foram as definições?
O Buchecha é um cara que a gente gosta bastante. Os convites partiram da gente mesmo e todos eles disseram "sim" logo na primeira vez. Para a música "Seu Show" pensamos que o som seria legal com uma voz de uma menina. Confesso que a Manu Gavassi não foi nossa primeira opção... Mas ela mandou super bem.
 
E quem era essa primeira opção?
Antes dela, pensamos naquela mulher do Copacabana Club (Camila Cornelsen). Ela seria legal porque já conta em inglês. Mas, nem chegamos a convidá-la. No fim, com a Manu a música ficou sensacional.
 
Compor em português mesclando o inglês tem algum objetivo? Talvez ir para o mercado exterior?
A língua inglesa é muito mais cantável, fácil de compor, as palavras se encaixam facilmente. Fora isso, a galera daqui gosta muito do som gringo. A questão é escolher as melodias e compor corretamente em português. Claro que pensamos, em um dia, lançar nossas músicas em outras partes do mundo. Mas, como estamos cercados de países que falam em espanhol, e sles são carentes de grupos como o nosso, pensamos primeiro em gravar em espanhol.
 
Explica essa história do disco ter referência em videogames antigos...
A gente sempre teve essa brincadeira de fazer fases dentro dos discos. Até o nome do álbum, "Bombox Arcade" faz referência aos jogos. O disco tem algumas faixas que se comportam como fases de um jogo. Nos shows, vamos fazer uma brincadeira entre imagen, som e videogame.
 
Falando em shows, quando vocês começam a turnê desse disco?

Na verdade, quando lançamos o disco já estamos divulgando ele nos shows. Até antes dele sair já cantávamos algumas canções para o público já ir conhecendo...
 
E os singles, vocês já escolheram os que preferem lançar?

Temos as preferidas, mas estamos preocupados, agora, na canção "#EmChoque", pedindo para a galera votar nas rádios e tal... É claro que já temos algumas que a gente pensa em lançar, mas ainda não podemos dizer nada. Eu gosto muito de "Estrelas ou Marte?", "Tilt!", que é uma música-conceito, e "Nunca Ninguém Morreu de Amor". Não deveria estar falando isso, mas eu aposto muito nessa última como próxima música de trabalho... (risos)
 
Logo no início da conversa, você disse que ficou acordado até tarde gravando algumas coisas. Estão trabalhando em algum novo projeto?

A gente está com uma ideia de lançar um disco "Summer Hits", com músicas para ouvir na praia. Na verdade, pegamos músicas deste novo trabalho e algumas anteriores e fizemos uma nova roupagem, com um groove diferente e inserimos até reggae. Posso falar que tem música que está ficando melhor do que a original. Hoje, a gente tem que lançar cada vez mais coisas no mercado, porque os fãs pedem isso. 

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Quando deve sair o disco?
Talvez até dezembro a gente lance. Estamos fazendo também um documentário para que as pessoas conheçam realmente a banda Cine. Vamos mostrar os boicotes que sofremos. Fomos meio que segurados de fazer sucesso, no início. Mas isso é passado...
 
A fase colorida de vocês acabou?
A gente não fez nada forçado naquela época. Tudo que eu comprei, como a calças coloridas, a gente usava porque gostávamos. Naquela época, eu tinha 18 anos. Hoje, com 22, a cabeça é outra, quis usar outras roupas. Todo mundo estava usando as mesmas coisas. Chegou um momento em que até a gente ficou cansado. Não queríamos ser mais um. A gente faz o que a gente gosta e queremos que a galera goste de nosso som. Nossa imagem, agora, é o presente.
 
Como vocês lidam com a internet?

A gente brinca que tudo é culpa da internet. Por causa dela, tudo está muito rápido. A galera, agora, tem a chance de conhecer e saber das coisas em tempo real e, então, pedem mais informação. Se não acompanhamos isso, ficamos para trás. Por isso, os fãs pedem mais materiais. O Twitter, por exemplo, encurtou distâncias entre os fãs e os artistas.
 
Como você definiria o atual trabalho?
Para o Cine, é uma vitória grande. A gente fez o disco sozinhos, a ideia principal foi toda nossa, o clipe é nosso... Com qualidade e a galera curtindo, acho que é uma nova era até para a música brasileira, pois estamos fazendo uma coisa totalmente diferente. Passamos uma fase complicada e achar um estilo e se situar é difícil. Muitos se perdem nesse caminho.

(FONTE)

Confira o clipe de #emchoque:




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